Em 14 de outubro de 2023, Manaus acordou sob forte chuva. A fumaça foi dissipada e é possível ver a margem direita do Rio Negro, cujas belas e generosas águas banham nossa cidade, tão maltratada pelo poder. Ao longo de mais de uma semana, a cidade esteve sufocada pela poluição do ar provocada por incêndios que, suspeita-se, são criminosos. Vivemos, nesse tempo, a inclemência do calor combinada à inalação da natureza dissolvida em ar fumacento. O aquecimento global e o crime ambiental tomaram nossos corpos, por dentro e por fora.
Ao fenômeno climático e à perversão ilegal – pois há as aceitas legalmente –, soma-se a omissão governamental. As entidades responsáveis pela prevenção e combate à catástrofe estão entre precarizadas e paralisadas. Com poucos equipamentos, recursos e pessoal, a estrutura dos órgãos de fiscalização, controle e contenção de processos como esses está em frangalhos. E não é de hoje! A reconstrução, lenta e travada, mal consegue fazer frente ao acelerado processo de destruição que o país viveu nos últimos anos. CONTINUE LENDO AQUI